No dia 20 de janeiro é comemorado o Dia do Farmacêutico. A profissão farmacêutica se desenvolveu e cresceu muito. Atualmente são 10 áreas de atuação e mais de 130 especialidades profissionais regulamentadas por meio de resoluções do Conselho Federal de Farmácia. Hoje, o Conselho Federal de Farmácia, sediado em Brasília, contabiliza mais de 230 mil farmacêuticos em atuação no Brasil. Somente no Estado de Santa Catarina, são cerca de 12 mil farmacêuticos.
A Farmácia é uma das dez profissões com as maiores taxas de ocupação do Brasil. Em 2020, figurou como a quarta com o maior número de contratações formais no mercado de trabalho. Esse dado está fortemente vinculado a alguns fatos importantes registrados nos últimos 9 anos. Até então, vislumbrávamos uma profissão desvinculada de sua principal vocação, o cuidado ao paciente. Isso, porque, com a industrialização dos medicamentos e a sua padronização, o farmacêutico tornou-se, um profissional do medicamento. E a farmácia se consolidou como loja.
E neste curso espaço de tempo, de menos de uma década, tivemos um movimento em sentido contrário, muito forte. Liderado pelo Conselho Federal de Farmácia, esse movimento começou com a publicação de duas importantes resoluções do CFF sobre as atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica, e culminou na aprovação da Lei nº 13.021/2014, que reclassificou a farmácia como estabelecimento de saúde, e em muitas outras mudanças há muito almejadas. Uma delas foi a regulamentação da aplicação de vacinas em farmácias, por farmacêuticos.
O farmacêutico é protagonista do cuidado à saúde dentro da farmácia comunitária, nas farmácias públicas e hospitalares, além dos laboratórios de Análises Clínicas. Vale ressaltar que somente em Santa Catarina, mais de 90% desses laboratórios são de propriedade ou responsabilidade técnica de farmacêuticos, que prestam excelentes serviços à população por meio do diagnóstico das doenças. As farmácias privadas formam o segmento que mais emprega farmacêuticos no Brasil. E esta farmácia, como estabelecimento, também mudou.
Quem imaginava, há dez anos, uma farmácia com sala de vacinas e oferta de testes rápidos? Então, de fato, são mudanças muito significativas, para os farmacêuticos e para a sociedade! Nesta pandemia, tivemos, mais uma vez, a manifestação pública e oficial, por parte do Ministério da Saúde, de que o farmacêutico é profissional da linha de frente da saúde e, por isso, tem o direito de ser vacinado nos grupos prioritários dos profissionais de saúde.
E a sociedade tem, sim, reconhecido o nosso importante papel, em todas as áreas. E cada vez mais! Não há como não perceber ou reconhecer que os farmacêuticos e as farmácias permaneceram de portas abertas, para possibilitar o acesso da população aos medicamentos, mesmo durante o período de isolamento social. E que realizaram mais de 12 milhões de testes rápidos para detecção da Covid-19. Isso, sem contar aqueles realizados nos laboratórios de análises clínicas.
As pessoas estão percebendo, cada vez mais, a importância desse profissional para a sua saúde. A sociedade percebe hoje que o farmacêutico é único profissional da saúde autorizado a assumir a responsabilidade técnica sobre a fabricação dos imunizantes e que foi primordial também na pesquisa, na testagem e mesmo na aplicação das vacinas. E por falar em vacinas, os colegas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brilharam no processo de autorização do uso emergencial das vacinas contra a Covid-19.
Parabéns aos farmacêuticos!
Hortência Sallet Muller Tierling
Conselheira federal de Farmácia pelo Estado de Santa Catarina