Chapecó sedia nesta quarta e quinta-feira o 1º Encontro Catarinense de Agricultura Regenerativa, que será realizado no Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Nes.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural de Chapecó, Mauro Zandavalli, a Prefeitura é uma das realizadoras do evento, junto com a Epagri e a Fazenda Banhado Verde, pois tem incentivado o agronegócio, a sustentabilidade e inovação, para aumentar a produtividade e melhorar a vida dos moradores do campo.
A abertura é às 9h desta quarta-feira e a primeira palestra é às 10h, com Diego Alessio. Em seguida tem o case de sucesso da Fazenda Banhado Verde, de Faxinal dos Guedes, com Rodrigo Alessio.
A Epagri, juntamente com a família Alessio de Faxinal dos Guedes e parceiros, tem realizado alguns dias de campo nos últimos anos e, no ano de 2022 promoveu o primeiro Encontro Regional de Agricultura Regenerativa, com a participação de cerca de 350 produtores.
“Neste encontro estadual são esperadas cerca de 700 participantes de todo o Brasil e também do Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile, entre técnicos, produtores, estudantes e lideranças do setor agropecuário e cooperativista”, disse o Gerente Regional da Epagri de Chapecó, Mario Alessio, que é um dos coordenadores do evento.
Durante o dois dias os participantes trocarão experiências em palestras, cases de sucesso e também em dias de campo nas propriedades da região de Chapecó que desenvolvem as práticas regenerativas aplicadas à produção de hortaliças, frutas, grãos e pecuária.
De acordo com o gerente da Epagri o modelo de Agricultura Regenerativa tem como base o entendimento dos princípios que regem esses ambientes naturais, traduzindo em práticas de manejo e que como consequência realimentem parte dessa vida agora no ambiente agrícola, promovendo serviços ecossistêmicos para benefício de todos: agricultor, meio-ambiente e sociedade. Por isso, também podemos chama-la de “Agricultura de processos”.
A proteção permanente do solo, biodiversidade, presença de plantas vivas por maior tempo possível e menor distúrbio químico e físico do solo são alguns desses princípios naturais, que, se promovidos em conjunto, dentro do contexto da propriedade e corretamente executados, certamente promoverão ganhos virtuosos sob todos os aspectos.
A fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja é um belo exemplo de um serviço ecossistêmico promovido pela associação de uma bactéria e uma planta soja, onde a planta fornece alimento para a bactéria em contrapartida ela disponibiliza nitrogênio para planta. Com isso, o agricultor economiza, dispensando o uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos, que são altamente danosos ao meio-ambiente. Todos saem ganhando. Segundo a Embrapa, calcula-se uma economia de dez bilhões de dólares anuais para agricultura nacional com realização desse serviço ecossistêmico.
A proposta principal dessa agricultura não visa apenas substituir um insumo químico por outro biológico, e sim reconstruir o ambiente de produção, para que nele a vida no solo prospere e os processos ocorram permanentemente. Através da proteção e estruturação do solo com diferentes fontes de carbono e melhorando a infiltração e retenção de água, o ambiente se tornará supressor natural de pragas e doenças e fornecedor constante de nutrientes para as plantas. Promovendo dessa forma, saúde vegetal, animal e humana, preservando os recursos e a rentabilidade do produtor. Tudo isso com tecnologia simples, barata e acessível a qualquer escala de propriedade.
Também são realizadoras do evento a Secretaria de Estado da Agricultura, a AEAGRO e a AEAGRI. Outras informações no site https://www.oagroregenera.com.br/
Fonte: Imprensa/PMC