Uma vacina contra o câncer de mama está se tornando realidade. Recentemente, a Clínica Cleveland anunciou que está lançando um primeiro teste em humanos da vacina projetada para prevenir o câncer de mama triplo-negativo, que atualmente não responde a terapias hormonais ou medicamentos direcionados, ou seja, só pode ser prevenido com mastectomia.
Até este momento, o desenvolvimento de vacinas contra o câncer de mama é limitado ao trabalho de laboratório e pesquisa em animais. Portanto, o teste em humanos pode começar agora que a Food and Drug Administration dos EUA aprovou um novo pedido de medicamento experimental.
Por mais que o ensaio só inclua mulheres sobreviventes de câncer de mama triplo-negativo em estágio inicial, os pesquisadores esperam levar a vacina para pessoas saudáveis com alto risco para a doença.
“Em longo prazo, esperamos que esta possa ser uma verdadeira vacina preventiva a ser administrada a mulheres saudáveis para evitar que desenvolvam câncer de mama triplo-negativo, a forma de câncer de mama para a qual temos os tratamentos menos eficazes”, explicou o Dr. Thomas Budd, em um comunicado para a imprensa.
Infelizmente, o câncer de mama triplo-negativo é responsável por cerca de 12% a 15% de todos os cânceres de mama e mata quase um quarto das pacientes em cinco anos após o diagnóstico.
A presença da proteína chamada α-lactalbumina, geralmente acompanha a doença e a vacina terá como alvo justamente essa proteína, fazendo com que o sistema imunológico evite tumores de mama emergentes. Com isso, a injeção terá uma droga que alerta o sistema imunológico para a-lactabalbumina, de modo que ela possa interromper o crescimento do tumor.
Para isso, a análise incluirá de 18 a 24 pacientes sem tumor após tratamento para câncer de mama triplo-negativo em estágio inicial nos últimos três anos. Elas receberão três injeções, cada uma com intervalo de duas semanas. Os pesquisadores começarão com doses baixas em apenas algumas pacientes e as monitorarão antes de aumentar a dose.
O estudo está estimado para ser concluído em setembro de 2022 e é financiado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. “Esta estratégia de vacina tem potencial para ser aplicada a outros tipos de tumor”, concluiu Budd.
Fonte: Olhar Digital/Gabriela Bulhões