Chapecoense Bruno Carbonera, de 25 anos, é o primeiro campeão dos 12 dias de competições do maior evento do esporte no Hemisfério Sul e ganha R$ 40 mil / Foto Assessoria
O chapecoense Bruno Carbonera, de 25 anos, venceu na madrugada desta quinta-feira o torneio ‘Primeira Vez’, uma das competições do primeiro dia do BSOP Millions, o maior evento de pôquer do Hemisfério Sul, que retornou depois de quase dois anos de paralisação, por causa da pandemia. O estudante de Direito ganhou o prêmio de R$ 40 mil na competição reservada aos estreantes – foram 554 inscrições para a disputa.
Bruno deixou de lado momentaneamente o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para encarar o desafio de vencer outros estreantes. “Um [jogador] recreativo que não gosta de perder”, como se define, o competidor de Chapecó, ganhou uma das competições de abertura do evento, que vai até 5 de dezembro no World Trade Center São Paulo, na região da Berrini, Zona Sul da capital.
Para o primeiro campeão dos 12 dias de torneios do BSOP Millions, o troféu e o prêmio representam uma virada em um ano conturbado. Além do isolamento imposto pela pandemia, a transportadora da família Carbonera foi desfeita e Bruno ficou ‘desempregado’. O esporte da mente foi um suporte para superar esse momento difícil. “Desde maio foi tudo conturbado na minha vida, mas fui coroado no BSOP. Estou me formando em Direito e tenho um TCC para apresentar. Ainda bem que a apresentação é online, então dá para conciliar com o BSOP.”
São dez anos de prática do jogo de habilidade. Bruno conheceu o esporte da mente por meio do chapecoense Guilherme Pinto e convive com jogadores conhecidos do circuito esportivo, como Carlos Rox, Alex Bez e Eduardo Rodrigues, catarinense que neste ano venceu a Copa do Mundo de Pôquer do WSOP (World Series of Poker), a maior competição do esporte da mente no mundo, que desde 1970 é realizado em Las Vegas, a meca do jogo de habilidade. Eduardo Rodrigues foi o 15º brasileiro a cravar essa conquista, que rendeu o prêmio de mais de US$ 212 mil.
Bruno convive com profissionais do esporte e até integrou o time de Alex Bez, que no ano passado venceu o evento principal do BSOP Online, faturando o prêmio de quase US$ 56 mil. E Bruno acumula conquistas de quem joga profissionalmente. Em abril, ele venceu um torneio online do PokerStars, a maior plataforma do esporte no mundo, embolsando o prêmio de quase US$ 19 mil.
Mas profissionalizar-se não é uma meta de Bruno, por enquanto. “Oportunidades não vão faltar. Meus amigos são monstros do esporte e tenho certeza que eles abririam portas. Só que não me sinto preparado. É um jogo muito complexo, requer muito estudo. Aqui há caras que vivem disso, sabem muito mais do que eu. “
Jogador ‘rodado’ de competições onlines, Bruno exaltou o torneio ao vivo. A interação e a observação são determinantes, pontuou: “Eu consigo ‘sentir’ quem está mais pressionado. Pelo jeito que um jogador toma uma decisão, eu consigo ‘saber’ se está nervoso, se é a primeira vez na competição. Isso no ‘live’ é fundamental. Afinal, [o jogo] envolve pessoas”, finalizou.