Moacir Sopelsa (MDB) começou sua vida de trabalho, ainda criança, entregando leite a cavalo em Concórdia. Agora, como governador em exercício, pretende deixar seu legado com a criação do Vale-Leite, programa que vai dispor um litro de leite por semana para 81 mil alunos da rede estadual. Esse projeto é a menina dos olhos do deputado. Ele o apresentou em 2002, foi aprovado pela Alesc, mas vetado pelo Executivo por vício de origem. Os deputados derrubaram o veto, mas o governo judicializou o assunto. Passaram-se 20 anos, São Paulo já tem programa similar com 300 mil vulneráveis beneficiados e Sopelsa resolveu atualizá-lo. Conseguiu ajustá-lo com o secretariado de governo e ontem, em reunião com o colégio de líderes da Alesc, tratou da votação em regime de urgência, possivelmente ainda nesta quarta.
Com a volta do país ao mapa da fome e a escalada da inflação que levou um litro de leite a custar R$ 7 este ano, o Vale-Leite terá amplo alcance social. Trata-se de medida de segurança alimentar que, na outra ponta, também ajuda a cadeia do leite, formada por pequenos produtores rurais. O dinheiro do leite dá liquidez à agricultura familiar, paga as despesas domésticas de conforto, conexão e bem-estar. Santa Catarina tem 80 mil produtores, mais de 70% no Oeste, com geração de 7,4 milhões de litros/dia.
Pelo projeto, será colocado à disposição das famílias inscritas no Cadastro único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) um litro de leite pausteurizado e homogeneizado por aluno, por semana, inclusive nas férias e recesso escolar.
Aproveitando o bom trânsito no Executivo e na Alesc, Sopelsa também pretende aumentar de R$ 360 mil para R$ 500 mil o valor da receita bruta para qualificar o microprodutor primário, estendendo a este o tratamento favorecido e simplificado em simetria ao que prevê a Política Nacional da Agricultura Familiar, e instituir política de apoio às cooperativas de energia elétrica.
Quem ama, respeita
O candidato a governador Jorge Boeira (PDT) esteve na Parada 2022 do Orgulho Lgbtqia+, domingo, em Florianópolis. “Eu não perderia a chance de somar alegria a essa linda festa da diversidade e da cidadania. Quisera eu que o amor fosse o sentimento predominante em todas as relações humanas. Porque quem ama, respeita”, disse ele, acompanhado de sua mulher, Ângela, da candidata ao Senado, Hilda Deola, dos candidatos a deputado estadual Marcos Vinícius Sodré, Paulinho Souza, Ana Lima, Marciano Diogo, Fernando Honorato, e de Jordana Sage, candidata a deputada federal. O empresário e ex-deputado defende governo de inclusão e o combate à intolerância e à discriminação. Ele respondeu, por zap, algumas perguntas da Pelo Estado sobre a campanha 2022.
Ciro ainda pode crescer, levando, por exemplo, a disputa para segundo turno?
Não tenho dúvidas de que Ciro é o melhor e o mais preparado para a Presidência da República, depois da redemocratização. É o único que pensa e tem propostas concretas e exequíveis para enfrentar o momento político, econômico e social pelo qual passamos.
As eleições ainda não chegaram ao povo. Isso acontece nos últimos dias e Ciro tem um espaço enorme para crescer e estar no segundo turno.
Dizem que ele e Tebet podem ter esse efeito de provocar o segundo turno. Mas Lula, pelo jeito, já abriu a campanha pelo voto útil.
Não mandamos na campanha do Lula. Mas, considero oportunismo eleitoral querer tirar da população o direito de pensar e de escolher. Por ser autoritária, não creio no sucesso de tal empreitada.
Sua candidatura não fica batendo na tecla da eleição presidencial, né? Por quê?
Nosso tempo de propaganda no rádio e TV é muito pequeno, de apenas 39 segundos. Nos debates, as regras quanto à destinação de tempo para perguntas, respostas, réplicas e tréplicas também impõem tempos muito reduzidos. Se utilizarmos do nosso exíguo tempo para falar do Ciro com mais insistência do que temos falado, é não falar nada ou quase nada do que propomos para Santa Catarina. Ademais, o Ciro tem um espaço pequeno, mas próprio, para levar suas mensagens ao povo brasileiro e, apesar de ser de apenas alguns segundos, tem conseguido êxito na interlocução com o cidadão.
Aba de Bolsonaro
O Pleno do TRE-SC julgou procedente representação do PL de Jorginho Mello, confirmando que União Brasil, PSD e Patriota, da coligação que apoia Gean Loureiro ao governo, estão proibidos de usar imagens de Jair Bolsonaro em sua propaganda. A se notar que a coligação de Esperidião Amin tem usado a imagem do candidato à reeleição, inclusive na propaganda eleitoral pública, já que o PP pertence à coligação nacional de Bolsonaro.
Esclarecimento
Assessoria de Jorginho Mello esclareceu que entrou com representação na Justiça contra MBL porque é vedada pela lei eleitoral veiculação de cunho político em sites e redes sociais administradas por pessoas jurídicas, a propósito de nota da coluna Pelo Estado, sobre o que seria tentativa de ocultar imagem antiga em que o candidato aparecia ao lado de Dilma Rousseff.
Solar
Com a instalação de sistema fotovoltaico para geração de energia, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina espera reduzir em 20% o consumo de energia elétrica. A obra executada pela Quantum Engenharia instalou 636 módulos para captação de energia solar em área de 1,5 mil metros quadrados, de acordo com o gerente do Departamento de Solar, Thiago Müller Martins.
Produção e edição: ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb
6153) com colaboração de Cláudia Carpes.
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