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Relação amistosa entre candidatos, como Amin e Décio Lima, melhoram a política

Décio e Amin foto Filipe Scotti/Divulgação Fiesc

A entrega da carta da indústria colocou os candidatos ao governo lado a lado, sem que pudessem ou precisassem interagir diretamente nas falas. Aí foi um festival de interações. Em tempos de ódio e cancelamentos, atitudes simpáticas e amigáveis valorizam a democracia e melhoram a política. O senador e ex-governador Esperidião Amin (PP) tem dito que, do ponto de vista espiritual, essas eleições 2022 têm sido uma festa.

Ele e o ex-prefeito e ex-deputado Décio Lima (PT) mantiveram conversa paralela animada, festiva e atlética, pelo que diz o petista, durante todo o painel. “Eu e o Esperidião temos uma relação forjada no conhecimento e na procura sempre de fortalecer nossos músculos do cérebro. Nosso debate é o da filosofia, sobre os caminhos que levaram a humanidade a encontrar e resolver várias adversidades. A conversa é histórica entre nós, uma indicação de livro pra lá, outra pra cá, muito sobre a história de Santa Catarina. Não posso deixar de dizer que Esperidião Amin é uma pessoa por quem tenho profundo respeito intelectual. Meu debate com ele é só de grandeza”, contou Décio.

O candidato da Frente Democrática, o único do outro lado, como diz, por não apoiar o presidente Jair Bolsonaro, desde o início da campanha tem defendido a teoria dos afetos de Baruch Espinosa na política. As paixões mais fortes, ensina o filósofo holandês, como o amor, a amizade, a generosidade, o contentamento, a misericórdia, a benevolência e a gratidão nascem do desejo de alegria.

Também Jorge Boeira, o único dos candidatos que, embora tenha “estado” deputado por quatro mandatos, é industrial como os associados da Fiesc, costuma manifestar cortesia no trato aos concorrentes. Na Fiesc, lembrou que não usa fundo eleitoral na sua campanha franciscana pelo PDT, assim como em Brasília, devolvia recursos para despesas pessoais e até rejeitava carro oficial. “Andava de táxi, de uber, a pé ou de carona com Esperidião Amin”, contou, ao que o senador fez sinal de que é o próprio e bom motorista.

O novato Odair Tramontin, promotor público de carreira, chamou a atenção ao dizer que só ele e Décio representariam um ambiente eleitoral democrático, porque não estão ao lado de Bolsonaro. Diante da cara de espanto e gestos de aprovação do petista completou: “Mas Décio com as ideias erradas” e aí, até o público foi às gargalhadas.

Vai verticalizar
Para o presidente da Cooperativa Central Aurora de Alimentos, Neivor Canton, a influência da eleição presidencial ainda vai alcançar a disputa estadual. “A disputa nacional vai descer, talvez não com tanta intensidade quanto na eleição anterior, mas vai ter sua influência na escolha para governador”, disse no evento da Fiesc. Neivor foi eleito vice-prefeito de Ipumirim aos 21 anos, prefeito aos 27 e, então, reeleito. A vida pública o encaminhou ao cooperativismo e hoje o sistema Aurora associa 70 mil famílias rurais. “O momento que a Fiesc nos proporcionou foi muito importante, para clarear as idéias, inclusive para levar as mensagens dos candidatos às nossas bases”, comentou. Apesar de não restarem muitos dias, ele acredita que será um pleito bastante acirrado, dada a polarização nacional.

Ao infinito
Cerca de mil estudantes universitários que participam do Encontro Estadual do CREAjr-SC, sob o tema Explore o Infinito, acompanham palestra com o primeiro turista espacial brasileiro, o engenheiro de Produção Civil, Victor Hespanha. Durante a quinta missão tripulada da Blue Origin, Victor se tornou o segundo brasileiro a ser lançado ao espaço, depois do ex-ministro astronauta Marcos Pontes que ficou oito dias na Estação Espacial Internacional em 2006.

(Anderson Coelho/Divulgação)

Momento certo
Embalado pela pesquisa Ipec para NSC, que o coloca em segundo lugar na disputa ao Senado, Dário Berger (PSB) diz que sua campanha está crescendo no momento certo. “Agora é a hora da decisão do voto e quando o eleitor começa a comparar o nosso trabalho no Senado, com mais de R$ 1,2 bilhão de recursos para Santa Catarina e projetos importantes aprovados, ele decide pela nossa reeleição”, torce o candidato. “Se com um presidente que não deu a mínima atenção para o nosso Estado consegui todos esses recursos, imagina como será com o presidente Lula, um grande aliado de Santa Catarina”, insistiu ele em campanha no Sul da Ilha de Santa Catarina, região que o reelegeu com força prefeito da Capital.

Rosi Maldaner no Clube do Bolinha/ Divulgação

No Clube do Bolinha
Para ser a primeira mulher do MDB do grande Oeste, Serra e Planalto Norte a conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa, Rosi Maldaner visitou mais de 150 municípios em campanha. Essa semana, conseguiu até entrar no Clube do Bolinha. É verdade: foi a primeira mulher a pedir voto no tradicional clube, fundado em 1979, na cidade de Três Barras. Ela aproveitou para defender o equilíbrio entre homens e mulheres nos espaços de liderança e poder. Antonieta de Barros abriu caminho na década de 30, mas até hoje, apenas 16 mulheres elegeram-se deputadas estaduais. A ex-prefeita de Maravilha, eleita e reeleita, e mulher do candidato ao Senado Celso Maldaner, aliás, leva na esportiva quando vinculam sua trajetória de sucesso a do marido. “Sinto muito orgulho do trabalho do Celso, que é uma inspiração para mim, mas o único cargo que tive por causa dele foi o de primeira dama de Maravilha e eu só tinha 16 anos. Assumi muito jovem aquela tarefa, uma família e as minhas responsabilidades. Os dois mandatos que tive conquistei no voto, com muito trabalho e gestão”, empodera-se.

Produção e edição: ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb
6153) com colaboração de Cláudia Carpes.
Contato peloestado@gmail.com

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