As exportações catarinenses alcançaram US$ 7 bilhões e aumentaram 25% nos sete primeiros meses de 2022. O Observatório da Fiesc aponta que, com a abertura de mercados para a carne suína na Rússia, Japão, Filipinas e Tailândia, foi compensada inclusive a queda nas vendas para a China. A China normalizou sua produção interna e reduziu as compras aqui.
Parte do aumento nas exportações este ano, explica o presidente Mario Cezar de Aguiar, se deve ao incremento nas vendas de produtos com inteligência agregada. “Produtos inovadores e intensivos em tecnologia geram mais riqueza e agregam valor, daí a importância dos investimentos industriais nessa área”, afirma. É por aí que a indústria catarinense pretende elevar sua participação no PIB.
O preço médio por tonelada dos produtos mais intensos em tecnologia cresceu 30% em 2022, passando de US$ 3 mil para US$ 4 mil. Enquanto os de média e baixa sofisticação aumentaram apenas 8% e 5%. A venda de motores elétricos e parte de motores para os Estados Unidos, que são o principal destino das exportações catarinenses, exemplificam bem as negociações com maior valor agregado que começam a crescer também para países como Alemanha, Itália, Bélgica e França. Também expandiram as vendas de máquinas e aparelhos de uso agrícola aos EUA, Bolívia, Canadá e Argentina.
Ainda assim, o saldo da balança comercial catarinense tem déficit de US$ 8,9 bilhões este ano, enquanto a brasileira tem superávit de quase US$ 40 bilhões. Cobre refinado, fertilizantes nitrogenados, semicondutores, polímeros de etileno e veículos estão entre as principais importações do Estado.
Mais afirmativas
Santa Catarina tem o maior percentual de candidatas e candidatos brancos do país. Pela estatística do TRE-SC, 83,23% declaram-se de cor ou raça branca, 9,67% parda, 6,28% preta, 0,41% indígena, 0,21% amarela. No Brasil, a quantidade de pessoas que se declaram brancas é bem menor, de 48,66%. Pela primeira vez, pelo menos, as candidaturas majoritárias incluem três mulheres, duas pretas e uma parda: Bia Vargas (PSB) concorre a vice-governadora pela Frente Democrática (na foto com o candidato a governador Décio Lima), Caroline Sant Anna a senadora pelo PCO e Bruna Werner a primeira suplente ao Senado pelo PSC. Entre os candidatos brancos, 70% têm ensino superior completo. O nível de instrução cai para 51% e 52% entre pardos e pretos, indicando a necessidade de aprofundar as políticas afirmativas.
Na prática
O Psol inovou e destinou 52% do valor do fundo eleitoral para candidaturas negras. De acordo com o presidente da sigla em Santa Catarina, Mario Dutra, o partido tem 10 candidaturas de negras e negros em um total de 32 candidaturas a deputado federal e estadual. Mesmo sendo minoria, essas candidaturas recebem a maior fatia de recursos. “Nosso partido é, provavelmente, o que mais investiu em candidaturas negras. Já fizemos a distribuição dos recursos para as candidaturas proporcionais e 52% do valor global foi destinado para candidaturas negras”, aponta Dutra.
Avanço
No debate dos candidatos a governador para 81 emissoras filiadas à Acaert, avançaram as pautas afirmativas. Jorginho Mello (PL) comprometeu-se a nomear 50% de mulheres para cargos em comissão e funções gratificadas se for eleito, inclusive porque contará com a delegada Marilisa Boehm como vice. Gean Loureiro, da coligação Bora Trabalhar, disse que, se vencer, fará como em Florianópolis, onde criou um salário por um ano para que vítimas de violência tenham independência para denunciar o agressor e acabar com o ciclo de violência.
Aprendedor
Esperidião Amin (PP) defendeu aprofundamento das cotas sociais e raciais e lembrou que teve a emoção de ser aluno de Leonor de Barros, irmã da Antonieta de Barros, a primeira mulher negra que chegou ao parlamento no Brasil. Foi em seu governo, contou, a implantação da primeira delegacia especializada em atendimento à mulher. Amin concorre ao que será, se eleito, seu terceiro mandato como governador, depois de ter voltado a ser aluno regular da Ufsc ou “aprendedor”, como prefere chamar.
Em campanha
No que se tornou o primeiro roteiro de presidenciável em Santa Catarina, Simone Tebet (MDB) abriu a agenda em Joinville com visita à Escola do Teatro Bolshoi, onde escolheu a camiseta com a inscrição: Por mim, por ti, por todas. Na companhia do presidente do MDB, Edinho Bez, e do candidato ao Senado Celso Maldaner visitou Univali e Porto de Itajaí. Deve voltar em setembro. Simone Tebet registrou seu plano de governo no TSE semana passada. Em 48 páginas, propõe programa permanente de renda mínima, reformas tributária e administrativa, tolerância zero com o desmatamento ilegal, regulamentação do sistema de créditos de carbono e novo marco legal para a pesca.
Produção e edição: ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb
6153) com colaboração de Cláudia Carpes.
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