No último debate ao governo transmitido pela NSC, Santa Catarina veio com o que tem de mais próprio e melhor: a vocação para a tolerância e o respeito aos diferentes e à diversidade. Só há caminho pela política e o bom exemplo dos candidatos Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT) deveria chegar, finalmente, à mesa do almoço de domingo. O futuro governador do Estado será um político experiente, democrático e com disposição de tornar Santa Catarina o melhor lugar do Brasil para todos que aqui vivem, pela força do empreendedorismo e o valor do trabalho.
Depois de uma campanha eclipsada pela raivosa disputa nacional, Jorginho e Décio foram propositivos e responsáveis. Até o atual governador Carlos Moisés, a propósito, já antecipou que a equipe de transição “vai ser moldada conforme as necessidades e o clima da equipe” do governador eleito.
Durante o debate, Décio pelo menos duas vezes lembrou que Jorginho Mello tem mais quatro anos de mandato como senador e que, no caso de sua vitória, o oponente poderia continuar ajudando Santa Catarina. Jorginho reagiu com informações sobre a montagem do secretariado, validando seu favoritismo nas pesquisas de intenção de voto.
Disse que o secretário de Agricultura será escolhido pelo agro e pelas cooperativas, assim como o diretor de Turismo será indicado pelo trade e o secretário de Inovação e Tecnologia pela Acate. “Quero ser reconhecido como governador da educação e do emprego”, focou o senador e ex-presidente da Alesc.
Também sinalizou que já na semana que vem retornará a Brasília. Se eleito, vai adiantar com a bancada parlamentar e com o presidente Jair Bolsonaro a garantia de repasses para recuperar as rodovias do Estado.
Ambos defenderam a transparência no governo e combateram a violência contra a mulher. Os dois colocaram o combate à fome e à situação de rua entre as prioridades. Também destacaram propostas para qualificar a mão de obra. Elogiaram o modelo cooperativista e prometeram crédito aos pequenos e micros. As diferenças, como não poderiam deixar de ser nesta encruzilhada de 2022, são ideológicas e relacionadas aos dois brasis que se encontrarão nas urnas neste domingo.
“É só corte nesse governo. Corte na saúde, educação, nas nossas rodovias”, criticou Décio. “Para fazer o orçamento secreto, cortaram dinheiro que era do Estado”, seguiu o petista.
“Serei implacável contra a corrupção. Costumo dizer que com o meu dinheiro eu compro um picolé e deixo no sol. Mas dinheiro público não, precisamos cuidar”, revidou Jorginho, dizendo que os governos petistas bancaram obras no exterior.
Para fechar com as concordâncias, a mais incrível foi ambos dizerem que, para valorizar os professores e o servidor público, pode ser revisto o desconto de 14% sobre aposentados. Décio disse que faria, Jorginho admitiu que pode revisar. O tema previdenciário provoca calafrios entre o empresariado, que defende a reforma feita por Moisés.
Casamento coletivo
O primeiro evento Casamento Cooperado foi em 2015, o segundo foi final de semana passado, em Xaxim, quando 22 casais formalizaram a união, em cerimônias católica e evangélica. A iniciativa é da Fundação Aury Luiz Bodanese e da Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora Coop). Cerca de 480 pessoas entre familiares, amigos, colegas e voluntários celebraram as bodas. Os casais são colaboradores da Aurora Coop, do Superalfa e da comunidade. Os voluntários do Programa Amigo Energia apostam na importância de regularizar o estado civil. Juntos há 18 anos, os monitores de produção Eliandro Kilpp e Elisane Molossi que foram voluntários no primeiro e noivos agora, concordam que o casamento é a chance de valorizar o propósito diante de Deus. “O casamento cooperado foi a oportunidade de concretizar tudo o que aos poucos estamos construindo. Já temos uma família linda e esse foi o momento de realizar nosso sonho, fortalecendo sempre nossa união”, disse Eliandro. Quando se conheceram, ele morava em Seara, ela, em Xavantina, hoje moram em Xaxim com as filhas Ana Clara e Maria Eduarda.
Global
Comitê da maior associação de gás natural do mundo se reúne em Florianópolis na próxima semana. Os principais players do mercado vão discutir o papel do gás na transição energética justa e segura. O workshop será realizado pela Companhia de Gás de Santa Catarina, com apoio da International Gas Union e da Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás Canalizado. Esta é a segunda vez que o comitê reúne-se em Santa Catarina. Desde 2015, o diretor presidente da SCGás, Willian Lehmkuhl, contribui com a organização mundial que conta mais de 150 associados e representa 90% do mercado global de gás. Em maio, foi indicado para o cargo de presidente do Comitê de Utilização pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). O gás natural é o combustível da transição para descarbonizar a produção de forma justa, leal e segura. As perspectivas são de diversificar as fontes com biometano e hidrogênio.
Aumento
Em razão das altas no preço, o volume de gás natural veicular consumido em Santa Catarina caiu mais de 25% desde o mês de julho. O GNV custa hoje quatro vezes mais do que custava no final de 2018 e está mais caro que a gasolina, tornando-se pouco competitivo para cerca de 115 mil motoristas que utilizam o combustível no Estado. Dados do Denatran indicam que entre julho e agosto, 352 motoristas tiraram o kit dos seus carros. Desde 2016 não havia registro de desconversão. Há quem atribua a responsabilidade pelo aumento do custo do insumo em Santa Catarina ao contrato de suprimento adicional firmado no ano passado entre a SCGás e a Petrobras.
Observatório
Como em 2 de outubro, a OAB/SC terá novamente neste domingo um Observatório Eleitoral, rede com seis centrais de atendimento para monitoramento e resposta a questões relacionadas às eleições em Santa Catarina. O objetivo é garantir o exercício da democracia, o adequado funcionamento do sistema de votação e o regular exercício do voto pela população. Eventuais casos de irregularidades envolvendo os direitos do eleitor, situações de propaganda irregular e monitoramento do funcionamento das urnas eletrônicas, entre outras questões, serão alvo do plantão, realizado por integrantes da Comissão de Prerrogativas e Defesa dos Honorários e da Comissão de Direito Eleitoral.
Produção e edição: ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb
6153) com colaboração de Cláudia Carpes.
Contato peloestado@gmail.com